Internacional

Gabão: Partido reclama vitória nas eleições presidenciais

2023-09-01 10:03:24 (UTC+01:00)

A plataforma oposicionista do Gabão, Alternância 2023, pediu, hoje, aos militares que tomaram o poder para reconhecerem a vitória que reclamam ter obtido nas eleições presidências, apesar de as autoridades terem anunciado a reeleição de Ali Bongo.

Esta semana, horas antes de os militares golpistas anunciarem a "dissolução do regime" de Libreville, a entidade que regula as eleições comunicou que Ali Bongo obteve 64,27 por cento dos votos, contra o rival Albert Ondo Ossa que conseguiu 30,77 dos votos nas eleições presidenciais.


Hoje, Mike Jocktane, director de campanha da Alternância 2023, que apoiou a "valentia e o patriotismo" dos militares golpistas, pediu a revisão do processo eleitoral sob a supervisão das Forças Armadas.

Jocktane considera que Ossa conseguiu uma "grande vitória nas urnas" e criticou as autoridades eleitorais pela suspensão da recontagem dos votos que estava a ser efectuada na passada terça-feira.

"No final deste processo que deveria continuar sob a supervisão das nossas Forças Armadas, Albert Ondo Osso vai ver formalizada a vitória alcançada nas urnas (...). Este é o caminho em direcção à democracia e ao Estado de Direito", disse Mike Jocktane.

Entretanto, o candidato da oposição afirmou, em entrevista ao canal de televisão francês TV5 Monde, que o que sucedeu no Gabão não foi um golpe de Estado mas "uma revolução palaciana" porque foi a "'Guarda Pretoriana" a tomar o poder".

Ondo Ossa pretende demonstrar que a mudança de regime é apenas "uma fachada" destinada a manter à distância Ali Bongo e, por isso, pede "total transparência sobre os resultados (eleitorais) para que seja restabelecida a legitimidade democrática".

Os militares golpistas afirmaram que o "país atravessa uma grave crise institucional, política, económica e social", sublinhando que as recentes eleições "não cumpriram as condições de transparência e credibilidade esperadas pelos cidadãos do Gabão".

O chefe de Estado deposto, Ali Bongo, que permanece sob prisão domiciliária pediu ajuda à "comunidade internacional" numa mensagem difundida através das redes sociais, em que criticou o autoproclamado Comité de Transição e Restauração das Instituições que declarou o "fim do regime".