Internacional
Negociações para cessar-fogo em Gaza começam hoje em Doha
2024-08-15 08:21:50 (UTC+01:00)
A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa hoje em Doha, Qatar, e deverá prolongar-se durante vários dias, com a ausência do movimento islamita palestiniano Hamas.
O primeiro-ministro israelita aprovou o envio de uma equipa de negociadores chefiada pelo chefe dos serviços secretos estrangeiros de Israel (Mossad), David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do exército.
A reunião foi convocada pelos Estados Unidos, Qatar e Egipto, que têm servido como mediadores no conflito na Faixa de Gaza, em curso há mais de dez meses, para pressionar Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas a aceitar uma trégua, apelando a que se chegue a um acordo sem mais demoras.
Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.
No entanto, o Hamas recusou participar nestas negociações, pedindo que seja aplicado o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden. Os porta-vozes dos EUA asseguraram entretanto que o Qatar está a trabalhar para garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião.
De acordo com o mediador norte-americano para o conflito Líbano-Israel, Amos Hochstein, a reunião deverá prolongar-se "durante vários dias".
A comunidade internacional está a pressionar as partes para que cheguem a um acordo de cessar-fogo, com o objectivo também de diminuir as tensões no Médio Oriente, agravadas pela morte do líder do Hamas Ismail Haniyeh, num atentado em Teerão - que o Irão e o movimento palestiniano atribuíram a Israel, e pelo ataque israelita em Beirute que matou o "número dois" da milícia xiita Hezbollah, Fuad Shukr.