Internacional
Supremo aceita pedido de Maduro para certificar resultados
2024-08-02 09:44:18 (UTC+01:00)
O Supremo Tribunal da Venezuela aceitou o pedido interposto pelo Presidente Nicolás Maduro para certificar os resultados das presidenciais de domingo, nas quais alega ter sido reeleito para um novo mandato, mas que a oposição contesta.
O tribunal vai iniciar "o processo de investigação e verificação para certificar de forma irrestrita os resultados" eleitorais de domingo, a pedido do Presidente venezuelano, anunciou, ontem, a presidente da Sala Eleitoral, uma das seis salas que compõem o Supremo Tribunal (STJ), numa comunicação ao país, transmitido pela televisão estatal.
A responsável indicou que os dez candidatos eleitorais, Nicolás Maduro, Luis Martínez, Edmundo González, Daniel Ceballos, Antonio Ecarry, Benjamín Raússeo, Enrique Marques, José Brito, Javier Bertucci e Claudio Fermín, devem comparecer perante o STJ durante a tarde.
A Sala Eleitoral deve reunir-se "para resolver este ataque ao processo eleitoral e esclarecer tudo o que houver que esclarecer", disse Maduro aos jornalistas, à saída do STJ, depois de apresentar o pedido em resposta às denúncias de fraude avançadas pela oposição.
Sem divulgar o conteúdo do recurso, Maduro afirmou que o Governo e o Partido Socialista Unido da Venezuela estão prontos para divulgar todas as actas eleitorais e acusou a oposição interna, com a ajuda de opositores no estrangeiro, de tentar "um golpe de Estado contra o governo, utilizando o processo eleitoral".
Maduro pediu ainda que os resultados eleitorais sejam certificados "com um parecer de peritos do mais alto nível técnico" e explicou estar na disposição de ser convocado, interrogado, investigado e submetido à justiça.
Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Maduro Presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2 por cento (5,15 milhões) dos votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2 por cento (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.
A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas presidenciais, com 70 por cento dos votos para Gonzalez Urrutia, com a líder opositora María Corina Machado a recusar reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.