Nacional
"A Renamo vai proceder à entrega das armas" Ossufo Momade
2018-08-08 13:19:44 (UTC+01:00)
O coordenador interino da Renamo, Ossufo Momade, disse hoje que a reintegração do braço armado do seu partido deverá ser feita de forma digna e humanizada, considerando que as armas serão entregues a um organismo previamente instituído.
MAPUTO- "A força residual da Renamo vai proceder à entrega das armas a um organismo previamente instituído para o efeito e será reintegrada na sociedade de forma digna e humanizada", disse Ossufo Momade, falando em teleconferência para jornalistas da capital moçambicana.
O memorando, que prevê a reintegração de oficiais da Renamo em lugares de comando das Forças de Defesa e Segurança (FDS), foi assinado na segunda-feira por Ossufo Momade e o chefe de Estado, Filipe Nyusi.
O coordenador interino do principal partido de oposição explicou que a reintegração dos homens da Renamo na polícia vai acontecer após o acordo, considerando que o seu partido espera que o memorando seja cumprido.
"Congratulamos os moçambicanos, o grupo de contacto e a comunidade internacional, que não tem poupado esforços para o alcance da paz efetiva e a verdadeira reconciliação nacional", declarou Ossufo Momade, apelando à serenidade.
Na sua declaração à nação na segunda-feira, o Presidente da República disse que dentro de dias serão anunciados os passos seguintes no processo, mas sem avançar detalhes.
O actual processo negocial entre o Governo moçambicano e a Renamo arrancou há um ano, quando Filipe Nyusi se deslocou à Gorongosa, para uma reunião com o então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no dia 06 de Agosto do ano passado, num encontro que ficou marcado por um aperto de mãos.
Além do desarmamento e integração dos homens do braço armado do maior partido de oposição nas Forças Armadas e na Polícia, a agenda negocial entre Nyusi e Dhlakama, envolvia também a descentralização de poder, ponto que já foi ultrapassado com uma revisão da Constituição em Julho.
Moçambique assistiu, entre 2015 e 2016, a uma escalada nos conflitos militares entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, que não aceita os resultados eleitorais de 2014, acusando a Frelimo de fraude.