Ametramo acusa curandeiros vizinhos de fomentarem caça a albinos

O presidente da associação dos médicos tradicionais em Tete, Lucas Wisse, disse ontem que os raptos e assassinatos de albinos, nesta região, são incentivados por curandeiros estrangeiros.

MAPUTO- Wisse, citado pela AIM, acusou os curandeiros da Zâmbia, Malawi e Tanzânia quando falando a jornalistas, por ocasião da passagem do Dia da Medicina Tradicional Africana, que assinalou nesta quarta-feira.

“É falso dizer que nós, os curandeiros nacionais, mandamos matar e trazer os órgãos humanos de albinos. Moçambicanos não têm esse hábito. Só os curandeiros de fora, estrangeiros da Tanzania, Malawi e Zâmbia é que mandam praticar esse crime, que nós estamos a combater aqui na província”, explicou.

Segundo Wisse, a sua agremiação, que ele próprio fundou em 1991 na província de Tete, possui 530 curandeiros, ou membros filiados.

Sei que há mais médicos tradicionais que não estão registados, mas o nosso trabalho é de curar as pessoas e não de matar. Por isso que digo que nós não nos envolvemos nos raptos e assassinatos de albinos. Essas histórias vêm da Tanzania, Malawi e Zâmbia”.

A fonte disse que a associação dos curandeiros está também preocupada, porque o seu bom nome está a ser manchado, quando circulam informações dando conta que os assassinatos de pessoas ocorrem por incentivação destes praticantes da medicina tradicional. [FI]