Nacional
Autarca de Quelimane convida PR a reler discurso de tomada de posse
2015-10-08 13:39:16 (UTC+01:00)
O edil de Quelimane e membro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Manuel de Araújo, convidou o chefe de Estado a reler o seu discurso de posse e retomar a agenda de inclusão política.
MAPUTO - "O chefe de Estado está a apartar-se do seu discurso da tomada de posse. É preciso que ele volte a concentrar-se na agenda do seu discurso, que é a agenda de interesse nacional", afirmou citado pela agência Lusa o autarca do terceiro maior partido do país, num momento em que Moçambique vive a ameaça de uma crise militar entre o Governo e a oposição da Renamo.
Falando à margem da apresentação de um sistema de informações sobre calamidades em Maputo, Manuel de Araújo convidou o Presidente a "reler o seu discurso de tomada de posse", a 15 de Janeiro, quando aludiu a um Governo inclusivo em que "as boas ideias não têm cores partidárias".
O autarca de Quelimane, um dos quatro municípios que o MDM conquistou em 2013 à Frelimo, considerou que o chefe de Estado precisa manter frequentes encontros com os líderes da oposição e assinalou que este deve ser um processo extensivo a toda oposição e não apenas limitado à Renamo.
Admitindo que o país vive um momento preocupante, Manuel de Araújo apelou ao Presidente para que encontre mecanismos para a resolução da crise e apontou o diálogo e inclusão como os dois elementos importantes para a manutenção da paz em Moçambique.
"O chefe de Estado tem a responsabilidade máxima de garantir a paz e segurança dos moçambicanos", defendeu.
Após mais de cem rondas negociais no processo de diálogo de longo prazo, no Centro de Conferência Joaquim Chissano, em Maputo, Governo e Renamo não chegaram a consenso sobre um dos seus mais importantes objectivos, a desmilitarização do braço armado do maior partido da oposição, um falhanço que o autarca de Quelimane também atribui à escolha da sede de conversações.
"O país retirou uma parte da soberania da Assembleia, colocando-a no Centro de Conferências Joaquim Chissano, essa foi a principal afronta à democracia", declarou o autarca.
Manuel de Araújo apontou também o amadorismo à mediação das negociações entre Governo e Renamo, lamentando que haja hoje mais desconfiança entre as partes.
"Um dos maiores erros que Moçambique cometeu foi colocar mediadores sem nenhuma formação em medição", disse o político do MDM, considerando que "o roteiro das mediações não é previamente definido e, ao invés de se criar confiança entre as partes, aumenta a desconfiança". [OD]