Nacional
BM deverá manter taxa de juro até final do ano
2019-02-19 12:35:24 (UTC+00:00)
A consultora Fitch Solutions considerou ontem que o banco de Moçambique deverá manter a taxa de juro nos 14,25% até ao final do ano para controlar a inflação e animar o crescimento do consumo privado.
MAPUTO- “Acreditamos que a decisão do Banco de Moçambique de manter a taxa de juro de referência nos 14,25%, na reunião de Fevereiro, marca uma mudança para uma perspectiva neutra sobre a política monetária em 2019”, escrevem os analistas.
Numa nota sobre a política monetária moçambicana, enviada aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a manutenção da taxa está relacionada com a evolução da inflação e da procura interna.
“Depois de uma inflação de 3,5% em 2018, prevemos um esbatimento dos efeitos que influenciam o crescimento dos preços alimentares, fazendo a inflação chegar aos 6,6% este ano, o que impede o banco central de implementar mais estímulos”, lê-se na nota aos clientes.
Com os mercados financeiros fechados, na prática, para Moçambique, o Governo está a depender fortemente dos empréstimos internos, “o que afastou potenciais clientes e prejudicou o mecanismo de transmissão entre o alívio monetário e o aumento do crédito, que tem estado negativo desde Junho de 2017”, acrescentam os analistas.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu no dia 11 deste mês manter a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO), a de referência, em 14,25%, anunciou em comunicado.
“A decisão é fundamentada pelo facto de as perspectivas de curto e médio prazos continuarem a mostrar que a inflação anual geral poderá situar-se em um dígito, até ao final do presente ano”, justificou o banco central.
A inflação anual fixou-se em 3,52% em Dezembro último, contra 5,65% em igual período de 2017, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique.
As perspectivas baseiam-se “na redução do preço do combustível no mercado internacional e na estabilidade de preços dos principais parceiros comerciais de Moçambique, num contexto de contenção da procura agregada”, acrescentou o CPMO do Banco de Moçambique.
Ainda assim, “riscos e incertezas subjacentes às projecções da inflação tornaram-se mais proeminentes”, pelo que o comité “considera oportuno manter uma postura de política monetária prudente”.