Nacional
Concentração de crédito continua a ser maior risco sistémico dos bancos nacionais
2015-09-15 07:37:47 (UTC+01:00)
A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a concentração de 90 por dos empréstimos nas mãos de seis bancos em Moçambique é o maior risco para o sector bancário, um sector que é elogiado pelos analistas.
MAPUTO - “Apesar da supervisão da indústria estar a ser trazida para níveis internacionais, a concentração de crédito continua a ser o maior risco sistémico”, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica, The Economist, numa nota de análise onde evidenciam grande confiança no sector bancário moçambicano.
“Há um grande nível de confiança na indústria bancária moçambicana, com os financiadores públicos e privados a desenharem ambiciosos planos para a expansão, alicerçados nas taxas consistentemente fortes da indústria, margens de lucros estáveis e um ambiente regulatório cada vez mais credível”, lê-se na nota de análise.
Os analistas avisam, no entanto, que apesar do crescimento de crédito do sector privado significar um aprofundamento financeiro, a concentração mantém-se o maior risco, e é provável que o risco seja mais pronunciado porque os bancos vão procurar expandir-se para tentar apoiar a indústria do gás, em grande expansão.
Os três maiores bancos moçambicanos representam 75 por cento do mercado, e os maiores seis valem 90 por cento, afirma a EIU, que nota que os 80 por cento de moçambicanos sem acesso financeiro constituem uma enorme oportunidade e que, na prática, as taxas proibitivas empurram os clientes sempre para os mesmos bancos.[OD]