Nacional

"Constituição nunca deve ser instrumento de desunião" Nyusi

2018-05-26 08:55:32 (UTC+01:00)

O Presidente da República, Filipe Nyusi, acredita que a aprovação, esta semana pelo Parlamento, da emenda pontual da Constituição, é um tributo à fé dos moçambicanos, que vai impulsionar a expansão e consolidação da democracia multipartidária no país.

MAPUTO- Falando ontem em Nacala-Porto, no comício que marcou o início da sua visita de trabalho à província de Nampula, Nyusi disse que o passo dado pelo Parlamento, em seguimento aos consensos alcançados no diálogo entre ele e o falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, renova a oportunidade de os moçambicanos aprofundarem os processos de descentralização em curso e abre espaço ao fortalecimento da paz e da unidade nacional.

“À semelhança da bandeira nacional que cobre a todos, a Constituição nunca deve ser instrumento de desunião e discórdia entre cidadãos da mesma nação. O meu compromisso no dia 15 de Janeiro de 2015 foi de liderar o processo de estabelecimento da paz efectiva, num exercício comum com todos os moçambicanos”, disse o Chefe do Estado, sublinhando que está a fazer isso sem preconceitos políticos.

Explicou que o pacote de descentralização que acaba de ser aprovado pela Assembleia da República deve ser visto como um passo na direcção certa que o Governo de Moçambique e os moçambicanos deram rumo ao aprofundamento da democracia multipartidária que se vem construindo nos últimos anos.

“O facto de este pacote ter colhido consenso reforça o sentido de coesão, inclusão e da unidade nacional que sempre defendemos. Por isso, a descentralização nunca deve ser vista e muito menos entendida ou interpretada como separação física de um determinado território do resto do país”, destacou.

Nyusi disse ter a certeza de que os passos que acabam de serem dados vão dinamizar o desenvolvimento socioeconómico do país e da região austral de África, pois a aprovação deste pacote é um testemunho de que, mesmo perante diferenças, obstáculos e vicissitudes, os moçambicanos conseguiram conciliar os seus interesses.

“Os moçambicanos alcançaram um acordo que, além dos benefícios evidentes, constitui um tributo à sua própria fé, numa paz positiva, um exemplo que pode inspirar todo o continente africano no alcance da sua própria meta de silenciar as armas até 2020. Estou feliz por os moçambicanos provarem que só eles podem resolver da melhor maneira as suas desavenças, com apoio da comunidade internacional que temos vindo a beneficiar”, disse Filipe Nyusi.