Nacional
Credit Suisse diz que ex-banqueiros agiram à revelia no caso da dívida moçambicana
2019-01-05 06:58:49 (UTC+00:00)
O banco Credit Suisse afirmou ontem que nenhuma acção judicial foi realizada contra o banco e salientou que a investigação sobre a dívida oculta de Moçambique diz que os antigos banqueiros, entretanto detidos, tentaram contornar as regras do banco.
MAPUTO- "A acusação alega que os antigos empregados agiram para derrotar os controlos internos do banco, agiram motivados por enriquecimento pessoal e procuraram esconder estas actividades do banco", lê-se num comunicado emitido pelo banco suíço, que acrescenta continuar disponível para colaborar com as autoridades.
Em causa está a detenção, na quinta-feira, em Londres, de três antigos banqueiros do Credit Suisse, que se junta à detenção de Jean Boustani, um intermediário da Privinvest, na quarta-feira, em Nova Iorque, e do antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang, em Joanesburgo, no sábado.
De acordo com os procuradores da Justiça em Nova Iorque, a investigação abarca a actuação de três antigos banqueiros que intermediaram empréstimos a empresas públicas moçambicanas realizados à margem das contas, no valor de mais de 2.000 milhões de dólares.
Andrew Pearse, um antigo diretor do banco Credit Suisse; Surjan Singh, director no Credit Suisse Global Financing Group; e Detelina Subeva, vice-presidente deste grupo, foram detidos em Londres e enfrentam um pedido de extradição para os Estados Unidos, onde a Justiça investiga se os investidores foram deliberadamente enganados nos empréstimos.
No âmbito desta investigação, o antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang foi detido na África do Sul no dia 29 de Dezembro, quando tentava embarcar para o Dubai, na sequência de um pedido de extradição das autoridades norte-americanas.
Manuel Chang foi ministro das Finanças de Moçambique durante o Governo do Presidente Armando Guebuza, entre Fevereiro de 2005 e Dezembro de 2014.