Nacional

Crescimento económico será apoiado pela exploração de gás natural

2017-12-12 11:43:40 (UTC+00:00)

O início do processo de extracção, processamento e comercialização de gás natural pelo grupo italiano ENI e restantes parceiros no norte de Moçambique terá como resultado um crescimento económico mais acelerado.

De acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU), a economia moçambicana, vai crescer uma média de 5,5% entre 2020 e 2022.

A EIU adianta no seu mais recente relatório sobre o país que o crescimento económico de Moçambique manter-se-á fraco, quando comparado com taxas obtidas no passado recente, entre este ano, em que está prevista uma taxa de 3,0% e 2019, com 3,6%, devido à fraca procura doméstica que se está a registar bem como ao baixo nível de investimento.

O documento informa ter a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto para 2018/2019 ter sido revista em baixa para uma média anual de 3,4%, contra uma estimativa anterior de 4,3%, devido ao crescimento económico mais fraco do que o previsto este ano.

“A partir de 2020 prevemos uma recuperação económica mais acentuada, que será sustentada pelo desenvolvimento de indústrias voltadas para a exportação, de que se destaca a relativa à exploração de gás natural”, pode ler-se no documento.

Ao longo do período analisado (2017/2022) a execução orçamental dará origem a défices que oscilam entre um mínimo de 3,0% em 2022 e máximo de 4,2% este ano, sendo que a balança corrente em percentagem do PIB manterá um défice entre 15,8% em 2018 e 21,3% em 2022, devendo este ano atingir -16,2%.

O valor previsto para o défice da balança corrente para 2018 deriva, de acordo com a EIU, da redução das importações e do aumento da exportação de matérias-primas, sendo que a partir dessa data terá tendência a agravar-se com o previsível aumento das importações de bens e serviços.

Os analistas da EIU acrescentaram que “devido à relutância do governo em garantir a transparência total das contas públicas” não é de antecipar que os parceiros do chamado apoio programático voltem tão cedo a contribuir para financiar o Orçamento Geral do Estado, devendo as autoridades moçambicanas procurar financiamento em outras geografias, caso da China, o maior credor de Moçambique, bem como dos países asiáticos que importam gás natural e carvão, casos da Índia, Japão e Tailândia.

No entanto, os países e organizações doadoras deverão continuar a apoiar alguns projectos de desenvolvimento específicos em Moçambique “desde que as verbas não tenham de passar pelo Tesouro do país.”

O Banco de Moçambique deverá manter as suas políticas de restaurar a estabilidade dos preços no consumidor e apoiar a procura doméstica, “se bem que a fraca coordenação entre as políticas fiscal e monetária possam representar um travão a estes esforços”, adianta o documento.

Com a pressão sobre os preços a abrandar, com a EIU a prever que a taxa de inflação inicie em 2018 uma progressão descendente, até atingir 6,5% em 2022, o Banco de Moçambique deverá abrandar a rigidez da sua política monetária a fim de dar resposta à actual crise de falta de liquidez. [FM]