Nacional

Dhlakama pede apoio aos seus homens armados para "governar à força"

2015-08-21 10:02:15 (UTC+01:00)

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, pediu ontem total apoio dos homens armados do seu partido para poder “governar à força” as autarquias provinciais, que o partido insiste criar.

MAPUTO - “A Frelimo já não produz manifestos porque sabe que vai roubar votos e governar, pensando que (Afonso) Dhlakama vai reclamar e depois recuar. Pelo menos essa parte (das províncias autónomas) ninguém vai recuar. Quero o vosso apoio para governarmos à força”, disse Afonso Dhlakama, citado pela agência Lusa.

Falando em Quelimane, província da Zambézia, centro do país, na abertura da conferência nacional da ala militar da Renamo, Afonso Dhlakama, assegurou não pretender reeditar a guerra no país e apelou ao Governo a não responder à sua acção por via das armas.

Afonso Dhlakama, que também é comandante em chefe do braço militar do partido, que inclui a ala feminina e os desmobilizados de guerra, classificou o grupo de “verdadeiramente heróis vivos”, exaltando a sua fidelidade que, disse, sustenta a luta pela democracia.

“Se não tivessem aceitado lutar pela democracia, hoje estaríamos a carregar a Frelimo pelas costas. O povo é respeitado pelo regime graças a vocês. Se vocês não existissem, e se estivessem a aceitar ser corrompidos, este povo estaria a sofrer”, declarou Afonso Dhlakama, insistindo que “souberam esperar e continuam a esperar” para a edificação da democracia no país.

O responsável da Renamo deplorou as críticas do grupo, que o acusa de “comer com a Frelimo” e de “esquecer de nós”, respondendo que “se é que há um líder no mundo, um conservador, com persistência de se lembrar que iniciamos juntos a luta armada em 1977, sou eu Afonso Dhlakama”.

“Eu estou entre a espada e a parede, já não posso desistir depois de quase 40 anos de luta pela democracia, estaria a trair o povo e os meus colegas, que são vocês os comandos e generais, combatentes pela democracia”, frisou.

Contudo, admitiu que nos dois acordos de Paz o primeiro assinado em Roma em 1992, e o segundo que pôs fim às hostilidades militares a 05 de Setembro de 2014 a “Renamo foi enganada”, porque a Frelimo persiste em não cumprir com o acordado.[OD]