Nacional
Gás Natural: Concessionárias já gastaram 500 milhões de dólares com conteúdo local
2020-03-17 06:20:37 (UTC+00:00)
As multinacionais que estão a implementar o projecto de Gás Natural Liquefeito, na Área 1 da bacia do Rovuma, já gastaram cerca de 500 milhões de dólares em despesas relacionadas com a prestação de serviços e com compra de bens de empresas moçambicas.
MAPUTO- Trata.se de um montante que faz parte dos 2.5 biliões de dólares norte-americanos acordados entre o Governo e os concessionários liderados pela petrolífera francesa Total, como reserva para despesas com empresas nacionais que prestam serviços ou transaccionem bens para o projecto da Área 1.
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleos (INP), Carlos Zacarias, falando, há dias em Maputo, disse haver um número crescente de companhias moçambicanas interessadas em participar em projectos de pesquisa e exploração de hidrocarbonetos no país.
“Temos uma base de dados criada, onde já foram registadas 1400 empresas, das quais, 427 estão registadas em Moçambique e 307 detidas por moçambicanos, o que é encorajador neste esforço de dinamizar a economia nacional”, disse.
Segundo ele, o projecto Mozambique LNG, liderado pela Total, emprega, neste momento, cerca de sete mil moçambicanos, dos quais 50 por cento são residentes das áreas adjacentes ao local onde o projecto está a ser desenvolvido e os restantes, provenientes de outras regiões da província de Cabo Delgado.
“Acreditamos que o desenvolvimento de políticas e regulamentos para o conteúdo local terá impacto considerável nas empresas nacionais. Existe já uma legislação que regula e define os procedimentos para a prestação de bens e serviços às multinacionais”, disse Carlos Zacarias.
De referir que um dos principais constrangimentos que o empresariado moçambicano enfrenta para beneficiar das oportunidades nos projectosde exploração do gás está relacionado com o facto de a maioria não reunir os requisitos exigidos pelas companhias petrolíferas para fornecerem bens e serviços.
Para contrariar este cenário, o Instituto das Pequenas e Médias Empresas(IPEME), em parceria com as multinacionais que operam em Moçambique, lançaram já um projecto de certificação do empresariado, uma iniciativa que consiste na capacitação de PME para que estas possam beneficiar das oportunidades criadas.
O sector privado tem também defendido uma Lei de Conteúdo Nacional que reserve uma quota na estrutura accionista dos megaprojectos para as PME moçambicanas.
Fonte:Jornal Notícias