Nacional

Governo acusado de “imitar solução angolana” pela Renamo

2015-11-26 06:12:51 (UTC+00:00)

A Renamo, acusou ontem o Governo de pretender "imitar a solução angolana", por supostamente tencionar eliminar o líder do partido, Afonso Dhlakama, tal como aconteceu com Jonas Savimbi, presidente da UNITA.

MAPUTO - "Manter a paz será através da imitação do modelo angolano, como o Filipe Nyusi fez saber, quando manifestou a sua admiração pela solução angolana?", questionou José Cruz, deputado e relator da bancada da Renamo, numa pergunta do seu grupo parlamentar ao Governo.

Na sua recente visita a Angola, Filipe Nyusi apontou Angola como exemplo pelo facto de o principal partido do país não estar armado, uma situação que não se verifica no país, dado que a Renamo mantém um contingente armado desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

O relator da bancada da Renamo repetiu as acusações anteriormente feitas pelo principal partido de oposição de que o Governo pretende eliminar o líder do movimento, tal como aconteceu com Jonas Savimbi, líder da UNITA, que morreu em combate em Fevereiro de 2002.

"O Governo declarou guerra ao anunciar o desarmamento da Renamo e tem vindo a adquirir armamento numa estratégia que inclui a morte de Afonso Dhlakama", frisou o relator da bancada da Renamo.

Por seu turno, o deputado e porta-voz da Renamo, António Muchanga, afirmou que o Governo moçambicano viu-se obrigado a recuar na intenção de desarmar o movimento devido ao que definiu como derrota que as forças de defesa e segurança têm vindo a sofrer na perseguição aos homens armados da oposição.

"Logo na quinta-feira, o Presidente da República anuncia a rendição, é algo para acreditar naqueles que dizem que quando as coisas acontecem no sul, o Governo é sensível, a batalha de Mathale salvou o país", afirmou Muchanga, referindo-se a alegados confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e homens armados da Renamo, na província de Inhambane.

Na sua resposta às perguntas dos deputados da oposição sobre a situação político-militar no país, o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, afirmou que o chefe de Estado moçambicano pediu moderação às forças de defesa e segurança, para dar espaço ao diálogo.

"Os moçambicanos acompanharam com elevado interesse e satisfação a declaração do Presidente da República, que expressa a sua vontade genuína de alcançar a paz efetiva e estabilidade no nosso país", afirmou Rosário.

O primeiro-ministro disse que o Governo espera que todos os atores políticos e sociais do pais correspondam à vontade e abertura de Filipe Nyusi para o diálogo. [OD]