Governo de Manica “resgata” rios poluidos por conta do garimpo

As autoridades da província de Manica, no centro do país, recuperaram quatro dos seis rios poluídos por acção do garimpo em 10 meses de actuação da Polícia Ambiental.

MAPUTO - Segundo Estêvão Rupela, porta-voz do Governo Provincial de Manica, citado pelo jornal Notícias, esta acção resulta de um trabalho coordenado da Polícia da República de Moçambique e do sector dos recursos minerais que permitiu o controlo das áreas devastadas pelo garimpo artesanal, que inclui a extracção de ouro lavado e processado com mercúrio e bórax com água dos rios.

O responsável garantiu ainda que estas acções permitiram melhorar a qualidade das águas dos rios Chimeza, Lucite, Nhancuarara e Zambuzi, verificando-se ainda níveis elevados de poluição nos rios Púnguè e Revuè, este último o principal afluente de Chicamba, a barragem que distribui água e energia para a província de Manica.

“A recomendação é que o trabalho iniciado em 2015, que é o fenómeno de estancarmos a poluição dos rios, seja monitorado para permitir que a água seja limpa para aproveitamento dos animais, do gado bovino, até para permitir a rega das machambas das populações”, disse Estêvão Rupela em conferência de Imprensa.

O Governo de Manica tinha estabelecido até Dezembro de 2015 a data-limite para eliminar poluição dos rios, mas os garimpeiros mostraram resistência às operações policiais para desactivar as minas ilegais na zona de Mavonde, uma vasta área de actuação na região transfronteiriça fértil em recursos naturais.

De recordar que a região é desde há alguns anos palco de conflitos entre garimpeiros moçambicanos e zimbabueanos, entre estes e as autoridades policiais em torno da exploração de ouro, muitas vezes ilegal.[OD]