Nacional

INAS atribui residência a menores vulneráveis em Gaza

2016-11-07 08:07:59 (UTC+00:00)

Dois menores que há dois anos perderam os pais em condições trágicas receberam há dias, na vila ferroviária de Mabalane, província de Gaza, uma casa do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), delegação de Chókwè.

MAPUTO- Os beneficiários são os irmãos Fernando e Maurício Sitoe, de 15 e 11 anos respectivamente. António Langa, líder comunitário na vila sede de Mabalane, contou à nossa Reportagem, à margem da cerimónia oficial da entrega da casa, que o progenitor, Nelson Sitoe, separado da esposa, Fátima Sitoe, teria simulado uma eventual reconciliação com a companheira, e uma vez regressada e no quarto a sós, Nelson Sitoe teria assassinado a companheira com recurso a uma faca de cozinha e uma catana.

De seguida, Sitoe pôs fim à sua própria vida, através de enforcamento, provocando dor e sofrimento aos dois menores e não só.

Após a ocorrência deste trágico acontecimento, que teria sido causado por ciúmes, os pequenos Fernando e Maurício, então com 13 e nove anos respectivamente, ficaram à guarda da avó materna que, por sua vez, perdeu a vida ano passado.

Face a este triste cenário e no âmbito dos programas de Apoio Social Directo levados a cabo pelo INAS, a instituição decidiu atribuir uma casa totalmente apetrechada aos infortunados, cujo acto de entrega foi testemunhada pela comunidade que se mostrou satisfeita.

A propósito, a directora nacional do INAS, Luísa Cumba, que procedeu à entrega formal da residência, destacou a solidariedade manifestada pela comunidade local para com os menores depois da trágica ocorrência, facto que, conforme considerou, constitui uma mais uma prova inequívoca da maneira de ser e estar dos moçambicanos, caracterizada pelo amor ao próximo.

Fernando, por sinal o menor que pela força das circunstâncias assume desde a morte da avó materna a chefia a família frequenta, actualmente, a 10ª classe na Escola Secundária de Mabalane. Ele aspira um dia ser médico, segundo ele para salvar vidas, como forma de valorizar todo o carinho e simpatia que tem vindo a merecer desde que ele e seu irmão ficaram órfãos.

Por seu turno, o pequeno Maurício, aluno da 5ª classe na Escola Primária de Ndengue, quer ser professor. Segundo ele, pretende contribuir na transmissão de conhecimentos às crianças carenciadas e sobretudo órfãs. [VM]