Índia almeja progressos no gás do Rovuma

O ministro do Petróleo da Índia quer ver progressos na implementação do projecto de exploração de gás natural da Área 1, na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado.

MAPUTO- "Encontrei-me com a Ministra da Energia de Moçambique, Letícia Klemens, e concordámos em tornar expedito o nosso projecto de desenvolvimento de gás em que companhias indianas investiram cerca de 6,5 mil milhões de dólares", referiu Dharmendra Pradhan.

Segundo escreve o Jornal Notícias, a declaração foi feita ontem através das redes sociais (Twitter), com fotos do encontro com Letícia Klemens, em Tóquio, onde decorre uma conferência internacional sobre Gás Natural Liquefeito (GNL).

Uma fonte da OVL, braço da empresa petrolífera estatal indiana para operações no exterior, é citada pela agência de notícias PTI referindo que o consórcio da Área 1 "está a trabalhar para chegar a uma decisão final de investimento o mais rapidamente possível".

"Foi também incorporada a firma Mozambique GNL1 Company Pte, com sede em Singapura, para supervisionar actividades de marketing e transporte a partir de dois ramais do campo Golfinho-Atum" de exploração de gás, acrescentou a fonte citada pela Agência Lusa.

Entretanto, os parceiros estão a conduzir negociações para converter intenções de compra de gás em contratos efectivos, acrescentou a mesma fonte. O consórcio espera angariar entre 12 e 15 mil milhões de dólares através de financiamento, concluiu.

A OVL detém 16% de participação no bloco "offshore" de Moçambique da Área 1 do Rovuma - liderado pela norte-americana Anadarko (26,5 por cento).

Ainda neste bloco, a Oil India tem 4 por cento de participação, enquanto uma unidade da Bharat Petroleum Corp, também controlada pelo Estado indiano, detém outros 10 por cento de participação.


De referir que Letícia Klemens participa desde ontem até ao domingo na 6.ª Conferência sobre a Produção e Consumo do Gás Natural Liquifeito (GNL), a ter lugar em Tóquio, Reino do Japão.

Trata-se de uma conferência anual que é organizada desde 2012 como uma plataforma para o incremento da cooperação entre os actores chaves (produtores e consumidores) no mercado do GNL.

O objectivo da conferência é a troca de experiência, a discussão em torno dos desafios do mercado do GNL e conta com pouco mais de 1000 participantes, de entre ministros, líderes das organizações internacionais, especialistas no GNL, entre outros.

Lembrar que Moçambique possui potencial para a produção do GNL e, neste momento, entrou na derradeira fase do projecto da bacia do Rovuma, no que concerne a produção e exportação de GNL com base no gás natural descoberto no "offshore" da bacia do Rovuma, incluindo construções das instalações de produção e transporte do gás para a costa, a planta de processamento e liquefacção, bem como a terminal portuária de exportação do GNL.