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Índia analisa projecto de gaseificação de carvão em Moçambique

2017-10-31 10:43:15 (UTC+00:00)

O governo da Índia está a estudar a viabilidade económica de construir uma fábrica para a gaseificação de carvão na mina em Moçambique do consórcio estatal Indian Coal Ventures Limited, anunciou o Ministério do Aço, em comunicado divulgado em Calcutá.

MAPUTO- O comunicado acrescenta que a ideia de construir a fábrica começou a ser pensada após o consórcio ICVL ter lançado um concurso público para seleccionar uma empresa operadora da mina de carvão detida na província de Tete.

A fábrica de gaseificação do carvão permitiria ao consórcio, caso seja viável em termos económicos, proporcionar uma forma de utilizar o carvão de baixa qualidade extraído na mina, que não deverá ter muitos compradores, disse um quadro governamental citado pela imprensa indiana.

O quadro disse ainda estar estimado que apenas 35% da produção da mina de Tete seja carvão de coque ou metalúrgico, com qualidade para ser exportado para a Índia a fim de alimentar as unidades siderúrgicas.

O restante carvão existente na mina deverá ter uma qualidade que não justificará o envio para a Índia e as tentativas realizadas até à data para encontrar um comprador na região em que Moçambique se insere não deram qualquer resultado.

A própria ideia de construir uma central térmica alimentada a carvão com capitais privados foi abandonada devido à dificuldade associada ao envio da energia eléctrica aí produzida para a rede nacional moçambicana, o que fez com que o consórcio passasse a dispor de uma grande quantidade de carvão sem utilização.

O consórcio ICVL é uma parceria constituída por cinco grupos estatais indianos – Steel Authority of India Limited (SAIL), Rashtriya Ispat Nigam Limited (RINL), National Mineral Development Corporation Limited (NMDC), National Thermal Power Corporation Limited (NTPC) e Coal India Limited (CIL) – que foi formado para adquirir participações em minas no estrangeiro e garantir o fornecimento tanto de carvão de coque como térmico.

Em 2014, o consórcio pagou 50 milhões de dólares pelos activos carboníferos do grupo Rio Tinto em Moçambique, sendo que a mina de Benga é o único desses activos em exploração.