Nacional
Irmão de Zófimo questiona idoneidade dos padrinhos
2017-12-22 04:43:51 (UTC+00:00)
Armando Pedro Muiuane Júnior, irmão mais velho de Zófimo Muiuane, colocou em causa a idoneidade dos padrinhos Amosse Zita e esposa, na qualidade de pastores, por terem abandonado o casal numa altura em que os ânimos estavam exaltados.
MAPUTO- Falando ontem, em sede do julgamento, no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, o declarante disse que Amosse Zita e Rosa Chongo, na qualidade de pastores e com larga experiência, deviam ter feito de tudo para reconciliar os afilhados.
“No meu entender, os padrinhos Zita, na qualidade de pastores, não deviam se limitar em fazer uma oração e ir embora. Aliás, naquela tarde do dia 14 de Dezembro de 2016 foram solicitados pela finada para ajudarem a resolver os problemas que estava a atravessar com o esposo”, disse.
Os pastores, conforme as palavras de Armando Pedro Muiuane Júnior, são representantes de Deus na terra, por isso têm a missão de salvar almas.
Durante a audiência, o declarante disse que Zófimo é praticamente seu filho, são pessoas muito próximas, confidente e homem religioso, mas não conseguiu explicar as razões que levavam o réu a andar armado faz cerca de 17 anos.
O declarante esclareceu que após tomar conhecimento do infortúnio, na noite de 14 de Dezembro de 2016, tudo fez para socorrer a vítima, levando-a para o Instituto do Coração, onde veio a perder a vida na sequência do baleamento.
Elucidou que tomou conhecimento do incidente através do réu que lhe telefonou, bastante agitado. Disse que quando recebeu a informação, pensou que o arguido pretendia contar-lhe sobre o encontro com os padrinhos Zita e Gundana, na tarde do mesmo dia.
O interlocutor explicou à Juíza da 10ª Secção, que na ocasião pediu a Zófimo para manter a calma porque, segundo o próprio arguido, pretendia pôr termo à sua própria vida, dada a situação que culminou com a morte de Valentina Guebuza.
“Precisei de cerca de sete minutos para chegar à casa do casal porque usei as vias mais rápidas e seguia à alta velocidade. Durante o percurso liguei para a minha irmã para accionar uma equipa de emergência para receber a vítima no Instituto de Coração”, disse.
Acrescentou que quando chegou na entrada do prédio do casal encontrou-se com dois seguranças da Presidência da República com quem subiu para se inteirar do sucedido.
Chegados ao local, conforme as suas próprias palavras, viram a vítima estatelada no chão a sangrar, mas ainda com vida, enquanto Zófimo chorava sentado ao lado. Precisou que a vítima limitou-se a olhar para eles, porque não conseguia falar.
“Quando cheguei ao quarto exigi a arma do acidente. Verifiquei se estava ou não trancada e depois meti-a no bolso, tendo sido entregue mais tarde às autoridades policiais, no Instituto do Coração”, disse.
Fonte: Jornal Notícias