Nacional
José Viegas mencionado no esquema de corrupção sobre Embraer
2016-11-30 07:00:30 (UTC+00:00)
O antigo PCA da LAM (1999 – 2011), José Viegas e Mateus Zimba, actual executivo da General Electric Oil & Gás de Moçambique são mencionados num esquema de suborno de 800 mil dólares na compra de aviões embraer.
MAPUTO - O relatório anterior divulgado pela justiça americana ocultava os nomes das duas pessoas de Moçambique, supostamente José Viegas e Mateus Zimba, que receberam subornos na venda de dois aviões da companhia brasileira Embraer às Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), em 2008. Um deles, era identificado como "Agente C" que envolveu a venda de aviões à República Dominicana, Índia, Arábia Saudita e Moçambique - Na capital as Ilhas Verdes do Equador, foi criada a empresa fantoche, Xihevele Zimba, para facilitar a transacção de milionários subornos.
De acordo com o documento que circula na internet, a investigação concluiu que Embraer pagou 800 mil dólares a "Agente C", supostamente, Mateus Zimba, que se sentiu insultado por oferta de 50.000 dólares.
Detalhes do caso estão incluídos num acordo submetido a um tribunal da Florida no qual a Embraer se compromete a pagar uma multa de pouco mais de 107 milhões de dólares, por casos de suborno envolvendo a venda de aviões à República Dominicana, Índia, Arábia Saudita e Moçambique.
Os documentos detalham as negociações entre a Embraer e Moçambique para a compra de dois aviões com o valor de 32 milhões de dólares cada.
Em Agosto de 2008, segundo os documento, o “Agente C” informou a empresa brasileira que “nós gostaríamos de ter um ´gesto´, ao que um executivo da Embraer num e-mail propôs um pagamento de entre 50.000 a 80.000 dólares.
Um director da Embraer aconselhou depois o “Agente C” a formar uma companhia a quem pudessem ser entregues “pagamentos de consultoria”.
Contudo, subsequentes e-mails indicam que o “Agente C” afirmou que esperava um pagamento “muito mais alto”.
Mais tarde, ainda em Agosto de 2008, a “entidade de Moçambique”- neste caso José Veigas, telefonou a um director da Embraer que informou os demais executivos que essa entidade “tinha recebido comentários muito maus de alguns indivíduos sobre a proposta de comissão feita ao Agente C”.
UM MILHÃO DE DÓLARES
José Veigas “indicou que alguns indivíduos sentiam que a proposta era um insulto e que seria menos insultuoso não dar nada mas isto não era uma solução aceitável”.
Veigas, segundo a mesma investigação, sugeriu, então, um milhão de dólares mas disse que 800 mil poderiam ser aceites.
“Quando um executivo da Embraer disse que a companhia não tinha orçamento para pagar essa quantia de consultoria, lê-se no documento, “a entidade de Moçambique” sugeriu que isso fosse retirado da margem de lucro e perguntou também “se a Embraer podia aumentar o preço dos aviões”.
Em 2009 já depois do acordo de compra ter sido assinado, a Embraer rubricou um acordo com uma companhia do tal "Agente C" constituída em São Tomé e Príncipe
No final desse mês, 400.000 dólares foram pagos a uma conta bancária num banco de São Tomé e Príncipe para serem depois creditados numa conta bancária em Portugal e no início de Outubro outros 400.000 dólares foram pagos à conta bancária do “Agente C” em Portugal.
É caso para dizer que A Procuradoria Geral da República tem trabalho facilitado, ou seja, pistas para esclarecer este processo.[CC]