Manhiça: Residentes destroem posto policial e colocam barricadas na EN1

Um grupo de residentes do bairro 3 de Fevereiro, posto administrativo da Palmeira, distrito da Manhiça, província de Maputo, destruiu janelas do posto policial local exigindo a entrega de Abdala Tembe, acusado de assassinar uma pessoa.

MAPUTO - Segundo reportou o jornal "Notícias", depois de serem “escorraçados” do posto pelas autoridades policiais, os membros daquele grupo colocaram barricadas e incendiaram pneus na Estrada Nacional Número Um (EN1), interrompendo a circulação de viaturas por cerca de duas horas.

A ordem e o tráfego rodoviário só foram restabelecidos cerca das 13.00 horas, depois da intervenção de agentes da Polícia destacados do Comando Provincial de Maputo e do distrito de Marracuene para reforçar os efectivos da Polícia da Manhiça.

Tudo começou na sexta-feira à noite, quando Abdala Tembe, de 28 anos de idade, e Vasco Machava, de 23 anos, o finado, se envolveram em briga que terminaria em vias de facto. Incapaz de se defender, Tembe decidiu refugiar-se em sua casa.

Só que Machava seguiu Tembe até à sua residência, onde pretendia continuar a espancá-lo. Para contrariar a força do agressor Tembe recorreu a um machado, com o qual desferiu um golpe àquele, ferindo-o gravemente na região da cabeça, vindo a perder a vida a caminho do Hospital Distrital da Manhiça.

Soubemos que já na manhã de sábado os familiares do finado tiveram informações segundo as quais a Polícia tinha capturado o agressor e se deslocaram ao posto policial local da PRM exigindo que lhes fosse entregue o indivíduo para fazer valer a justiça pelas próprias mãos.

Na altura a Polícia explicou aos familiares do malogrado e os seus acompanhantes que estava ainda a trabalhar com vista à sua captura. Insatisfeitos, e no meio de agitação, começaram a partir vidros do posto policial, onde só não aconteceu o pior devido à serenidade dos agentes afectos àquela unidade. Depois de se retirar do posto o mesmo grupo montou barricadas na EN1, interrompendo temporariamente o trânsito naquela parte do distrito da Manhiça.

Mais tarde os familiares do malogrado deslocaram-se à residência do suposto assassino, onde incendiaram duas cabanas e uma casa de construção convencional, como forma de vingar a morte do seu parente.

Entretanto, Juarce Martins, porta-voz do Comando Provincial de Maputo, disse que tês pessoas tidas como cabecilhas e instigadoras do grupo estão detidas naquela unidade e serão responsabilizadas pelos seus actos.

A Polícia está a tentar localizar Abdala Tembe e outros instigadores da agitação que culminou com a destruição dos vidros do posto policial e do fogo posto na residência do suposto assassino, segundo ainda Juarce Martins.[OD]