Nacional
Moçambique e África do Sul discutem apoio na luta contra insurgentes
2020-05-26 13:49:08 (UTC+01:00)
Os governos da África do Sul e de Moçambique estão engajados em conversações, com vista às provisão de assistência destinada a combater a acção dos terroristas que desestabilizam a região norte da província de Cabo Delgado.
MAPUTO- Desde 2017, os terroristas têm protagonizado ataques violentos naquela parcela do país, próximo do local onde serão desenvolvidos os projectos de gás natural liquefeito, liderados por empresas como Total e Exxon Mobil. Nos últimos meses, a violência aumentou de intensidade.
Em entrevista ao canal público “South African Broadcasting Corporation” (SABC), a ministra das Relações Externas e Cooperação, Naledi Pandor, disse que os dois países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) estão em conversações sobre o tipo de assistência que a vizinha África do Sul pode providenciar.
No entanto, nos seus comentários, não ficou claro se está em vista o envio de tropas, embora Pandor tenha dito que compreende o envolvimento de provedores de segurança privada que estão no “teatro de operações” em Moçambique.
Os comentários de Pandor, feitos na sexta-feira, surgem na sequência da recente cimeira da SADC (no Zimbabwe), um bloco regional cujos membros manifestaram o compromisso de apoiar Moçambique na luta contra os insurgentes.
Muito pouco é sabido sobre o grupo terrorista que opera em Cabo Delgado, que inicialmente se chamava “Ahlu Sunnah Wa-Jama”, cujas tácticas de actuação incluem decapitações, incêndio em aldeias e destruição de infra-estruturas.
Recentemente, os ataques na área foram reivindicados pelo Estado Islâmico por meio de seus canais oficiais de media, e aumentaram de intensidade em 2019, onde vilas e aldeias foram alvos de assaltos pelos terroristas que inclusive hastearam a sua bandeira e mais tarde retirada.
As Forças de Defesa e Segurança têm infligido pesadas baixas aos insurgentes. Recentemente, o Governo moçambicano disse ter abatido, nos últimos meses, mais de 100 combatentes, mas analistas e outras individualidades manifestaram preocupações em relação à abordagem de “mão dura”, sobretudo pelos prestadores de serviços militares privados.