Nacional

Moçambique livre de minas anti-pessoais

2015-09-18 07:28:22 (UTC+01:00)

Moçambique declarou ontem que está livre de minas anti-pessoais, ao fim de mais de duas décadas de um programa de desminagem em todo o país, que era um dos cinco mais ameaçados do mundo por este tipo de engenhos.

MAPUTO - "É com imenso prazer que tenho o prazer de declarar Moçambique como um país livre de minas anti-pessoais", afirmou em Maputo o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, durante o encontro de encerramento do programa de desminagem.

Segundo a Lusa, o grau de ambição do processo, segundo o chefe da diplomacia, pode ser medido pelas estimativas iniciais de que a desminagem no país durasse entre cinco e oito décadas.

Iniciada após o fim da guerra civil, em 1992, a desminagem em Moçambique abrangeu a quase totalidade do território, estimando-se, segundo dados do instituto Nacional de Desminagem, que tenham sido removidos cerca de 300 mil engenhos, a maioria junto de linhas eléctricas de alta tensão, barragens e caminhos-de-ferro.

Só na vigência do último Plano de Acção contra as Minas, entre 2008 e 2014, e que ontem terminou, foram desactivados 90 mil explosivos, de acordo com Baloi, que enfatizou a duração dos conflitos no país e a vontade política do executivo moçambicano em enfrentar este problema com a ajuda dos parceiros internacionais, empresas e operadores de desminagem.

"Estávamos conscientes da ameaça que as minas colocavam, não só para a segurança dos moçambicanos, mas também para a viabilidade dos programas de normalização da vida económica e social de grande parte da população", destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Moçambique tornou-se no primeiro dos cinco países mais afectados a cumprir a sua obrigação do artigo 5.º do Tratado de Otava, que regula a desminagem em todo o mundo e cuja última reunião ocorreu em Maputo, no ano passado, onde se fixou a meta de declarar o mundo livre deste tipo de explosivos até 2025.[OD]