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Pesca artesanal envolve 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações em Moçambique

2024-08-09 13:06:40 (UTC+01:00)

A pesca artesanal, no país, envolve quase 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações, em águas interiores e marítimas, segundo o censo de 2022, cujo relatório final foi divulgado hoje.

De acordo com os dados finais do Censo da Pesca Artesanal e Aquacultura (CEPAA 2022), o levantamento cobriu “todas as áreas territoriais das águas marítimas e do interior”, com “exceção de algumas zonas da província de Cabo Delgado, por razões de insegurança”, alargado ao subsector da aquacultura pela primeira vez.

O levantamento, que envolveu o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura, entre outros parceiros, cobriu 1.600 centros de pesca em todo o país, dos quais 889 nas águas interiores e 711 nas águas marítimas.

Permitiu identificar 397 mil 688 pessoas envolvidas na pesca artesanal, incluindo 110 mil 518 pescadores operando com embarcação, 164 mil 439 pescadores exercendo sem embarcação e 122 mil 731 profissionais em outras “actividades ao longo da cadeia de valor da pesca artesanal, com destaque para carpinteiros e mecânicos navais, redeiros, processadores e comerciantes de pescado”.

Segundo o relatório, do total das pessoas envolvidas na pesca artesanal em Moçambique, 24,2 por cento são mulheres, “sendo as que desenvolvem a actividade sem embarcação com maior representatividade”.

“Esta operação estatística registou 100 mil 780 artes de pesca convencionais, das quais o maior número é de arte de emalhar, com cerca de 61,0 por cento. A província de Tete apresenta o maior número de artes convencionais no país, com cerca de 30 por cento do total”, acrescenta o relatório final, que teve o apoio técnico do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Refere igualmente que foram registadas 42 mil 723 embarcações, das quais 1.986 motorizadas.

“As embarcações são, na sua maioria, do tipo canoas de tronco escavado (54,4), que estão maioritariamente concentradas nas províncias de Tete e Zambézia, seguidas de canoas do tipo moma (16,4)”, descreve.

Relativamente à aquacultura, o censo concluiu pelo registo de 21 mil 751 operadores, dos quais 12 mil 899 são proprietários de unidades aquícolas, entre singulares e associados, contando com 8 mil 852 trabalhadores, dos quais 31,8 por cento são mulheres.

A actividade aquícola no país, de acordo com o tipo, “é maioritariamente de subsistência”, equivalente a 42,9 por cento, e artesanal, 46,79, sendo o remanescente, “menos de 10,1”, enquadrado no semi-industrial, industrial, experimental, de investigação e treino e formação.

O CEPAA recenseou 11 mil 413 unidades de produção de aquicultura, das quais 10 mil 518 tanques.

Foram recenseadas ainda 2 mil 120 Organizações de Base Comunitária (0BCs) inseridas na pesca artesanal e aquacultura, sendo mais da metade destas (1.264) grupos de Poupanças e Crédito Rotativo, seguindo-se Conselhos Comunitários de Pesca (395), associações de aquacultores (245) e associações de pescadores (116).

O estudo identificou ainda, no que diz respeito às infraestruturas de apoio à pesca e aquacultura, 436 unidades, incluindo 179 carpintarias navais, 78 mercados de peixe, 77 peixarias, 39 lojas de insumos, 33 oficinas de motores navais e 30 fábricas de gelo.