Nacional
PR Nyusi anuncia mobilização de meios aéreos para assistir vítimas do ciclone “IDAI”
2019-03-18 05:53:25 (UTC+00:00)
O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou que o governo está a mobilizar meios aéreos dentro e fora do País para resgatar as pessoas que ainda se encontram retidas por cima dos tectos de suas residências e árvores na região centro.
Nyusi iniciou ontem uma visita à região centro do país, que foi afectada severamente pelo ciclone IDAI. Aliás, as cheias e inundações resultantes levaram o Presidente da República a interromper a visita de Estado que vinha efectuando desde sexta-feira ao vizinho Reino de Eswatini, antiga Swazilândia.
Ontem, o Chefe do Estado visitou as províncias de Sofala e Zambézia, onde além de manifestar a sua solidariedade com as vítimas, também teve a oportunidade de avaliar a magnitude dos danos causados pelo ciclone “IDAI” que, segundo a Rádio Moçambique, emissora nacional, afectou cerca de 120 mil famílias.
Interagindo com a população afectada, durante a visita que efectuou no centro de acomodação do Hospital 24 de Julho, na cidade da Beira, capital de Sofala, onde se encontram abrigadas mais de três mil famílias, Nyusi garantiu que o governo vai continuar a prestar todo o tipo de apoio para minimizar o seu sofrimento.
“Precisamos de aumentar o fluxo de comida. A comida que existia não foi suficiente e estamos a mobilizar mais comida para vir até aqui. Não é só aqui, tem (os distritos de) Nhamatanda, Dondo, Chinde”, disse Nyusi citado pela AIM.
“Vamos continuar a fazer tudo por tudo para ajudar. Fiquei atento em ouvir algumas pessoas a dizerem que há alguns malandros que querem roubar (os produtos) mas pelo menos há consciência de que temos que viver e temos que ajudar”, acrescentou.
Referiu que o ciclone é um fenómeno natural, pelo nada mais resta senão as pessoas afectadas serem mais fortes para conseguirem ultrapassar todas as vicissitudes.
Disse ainda que o governo vai-se organizar melhor para decidir o apoio que vai conceder. Aliás, mal consegue dormir perante devido ao sofrimento do povo.
Na ocasião, o estadista anunciou que países e instituições internacionais estão interessadas em apoiar as vítimas, prometendo que, brevemente, deverá chegar a assistência humanitária.
“Precisamos de compreender o que deve ser feito primeiro, e é o que estamos a fazer. Um levantamento”, disse para de seguida explicar que a ajuda virá de países vizinhos e outros parceiros, incluindo o Programa Mundial de Alimentação (PMA), Cruz Vermelha.
Na altura, lamentou o facto de não ter conseguido falar com o edil da Beira, Daviz Simango, devido a dificuldades nas comunicações.
“Mas teremos que trabalhar todos juntos para resolvermos o problema. Teremos que nos reinventar. Está toda a cidade destruída, viram que as árvores parecem que foram podadas, por isso mesmo que destaquei alguns ministros para ajudar”, vincou.
Ainda ontem, Nyusi efectuou uma visita nas zonas afectadas da Zambézia. Falando minutos após aterrar no Aeroporto de Quelimane, o Chefe de Estado reiterou que o ciclone IDAI e as inundações causaram enormes prejuízos a muitas famílias, bem como ao sector privado.
Anunciou igualmente, o pré-posicionamento de um cargueiro no Quénia e outros meios em Maputo, para transportar diversos bens para assistir as vítimas.
Explicou à sua audiência que as pessoas que conhecem os distritos de Nhamatanda e Dondo, ambos em Sofala, mal poderão acreditar nos seus olhos, porque “parece que a estrada foi posta em cima do mar; água de um lado e do outro. E há pessoas ainda em cima das casas que já caíram (casas) mas estão em cima do capim”.
Entretanto, tentou tranquilizar os presentes afirmando que Moçambique já pediu apoio aos países amigos e, por isso, alguns meios já estão a chegar.
“Já estão em Maputo, e também tem pessoas voluntárias que vieram incluindo médicos”, disse, para de seguida explicar que são voluntários pelo que não acarretam custos para o Estado.
Na Zambézia, o ciclone IDAI e as inundações afectaram 17 mil famílias, tendo destruído igual número de casas, bem como mais de 100 mil hectares de culturas diversas ficaram perdidas.[CC]