Nacional

PR pede maior inclusão das comunidades no âmbito da economia azul

2024-08-12 17:59:38 (UTC+01:00)

O Presidente da República, Filipe Nyusi, apelou a prática sustentável na exploração dos recursos aquáticos e marinhos do país, envolvendo as comunidades locais no processo.

“Nada pode acontecer sem as comunidades. A maior guarda que nós temos, de qualquer tipo da nossa riqueza, é o povo, a população e a comunidade que vive lá, que sabe o que tem de fazer e sempre coexistiram com o ambiente”, afirmou Nyusi, na abertura, em Maputo, da conferência de lançamento da Estratégia de Desenvolvimento da Economia Azul (EDEA) e Portfólio de Oportunidades de Investimentos Azuis.

“Nós sabemos onde queremos ir. Com esta estratégia, também, sabemos como lá chegar. Por isso queremos que ela se torne o ponto de referência para todos aqueles que têm interesse na economia marinha e aquática (…) Queremos ver os recursos marinhos aquáticos a serem não apenas racionalmente explorados, como também sirvam de promotores da nossa agenda de desenvolvimento”, acrescentou.

A EDEA 2024—2033 é uma iniciativa do Governo, liderada pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, com o objectivo de promover o uso sustentável dos recursos oceânicos, melhorar os níveis de vida das populações costeiras e proteger o ecossistema marinho.

Nyusi explicou que esta estratégia se assenta em seis pilares fundamentais, como pesca e aquicultura; energias renováveis; indústria extrativa marinha; capital natural e ambiente; economia circular, turismo e cultura; e transporte marítimo, infraestruturas portuárias e logísticas e segurança marítima.

“A estratégia que hoje lançamos faz parte do nosso esforço de trazer aos moçambicanos uma orientação estratégica, concisa e clara, que não só visa promover a exploração racional e sustentável dos recursos aquáticos, como também é uma forma de materializar os nossos compromissos internacionais”, afirmou o Chefe do Estado.

Recordou que Moçambique “é um país com recursos marinhos e de águas interiores abundantes”, constituído “por uma vasta plataforma continental, com cerca de 2 mil 700 quilómetros de linha de costa projetada sobre o oceano Índico”.

“Na parte continental é carregado de grandes massas de água constituídas por lagos, incluindo o emblemático transfronteiriço lago Niassa, o terceiro maior do nosso continente”, sublinhou.

Para Nyusi, “existe muito espaço” para incrementar o aproveitamento do potencial nacional, mas alertou: “As actuais práticas da sua exploração apresentam um conjunto de riscos (…) Existem reais ameaças, tais como a pesca ilegal e, sobretudo, insustentável, fraca capacidade de fiscalização e monitoria, poluição e alterações climáticas”.

Paralelamente, nesta conferência, o Governo lançou o portefólio para investimentos no sector, o que “permitirá colocar em contacto os potenciais investidores e beneficiários”.

“Irá permitir compreender melhor onde e como investir nas acções enquadradas na economia azul em Moçambique. É um documento simples, pequeno, mas é esse que é o guia”, disse.