Nacional
Presidente da República pede campanha sem "discursos incendiários"
2023-09-26 07:12:09 (UTC+01:00)
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou ontem aos concorrentes às eleições autárquicas de 11 de outubro para que não tenham "discursos incendiários e intimidatórios" ou violência contra os adversários durante a campanha eleitoral que arranca está terça-feira.
"Moçambique é uma referência na região, no continente e no mundo pelo elevado nível da cidadania, disciplina e sentido patriótico demonstrados no processo de consolidação da democracia multipartidária. Que este exemplo prevaleça durante a campanha eleitoral que se avizinha", afirmou o chefe de Estado, numa mensagem à nação divulgada às 20:00 horas.
"Exortamos as forças políticas concorrentes e seus membros para que participem de forma livre, consciente, ordeira e tolerante na campanha eleitoral, tendo sempre em mente que as eleições são um momento de celebração da nossa moçambicanidade. Exortamos ainda os concorrentes para que, na interação com os potenciais eleitores, incluindo no uso do seu tempo de antena, se centrem na apresentação dos seus manifestos, abstendo-se de discursos incendiários e intimidatórios e de atos de violência contra os seus adversários", apelou o Presidente da República, na mesma mensagem.
A campanha eleitoral para estas eleições prolonga-se até 08 de outubro e para o chefe de Estado é de esperar um papel de "educador cívico" de todos os intervenientes: "Cada um de nós deve-se assumir como um verdadeiro educador cívico, contribuindo na prevenção de atos que desvirtuem o sentido da convivência democrática sã e exemplar".
"Aos dirigentes das forças políticas, da associações e grupos de cidadãos concorrentes, cabe a responsabilidade acrescida na orientação dos seus membros para a observação rigorosa da lei e do Código de Conduta Eleitoral", acrescentou.
Segundo Filipe Nyusi, a Polícia da República de Moçambique "está instada a atuar com máxima isenção e imparcialidade, garantindo que a campanha eleitoral e todo o processo até à votação decorra com normalidade, dentro dos padrões da lei e ordem", e dos órgãos eleitorais é de esperar "o maior desempenho da sua missão com transparência equidistância e lisura, tratando de forma igual a todos os concorrentes".
Estas sextas autárquicas são a primeira eleição multipartidária em Moçambique após a completa desmilitarização da Renamo, maior partido da oposição, concluída em junho passado com a desativação da última base guerrilheira.
"As eleições autárquicas realizam-se num contexto de aprofundamento da democracia e da descentralização, verdadeiros pilares do Estado de Direito Democrático, que vimos construindo com a colaboração de todas as forças vivas da sociedade, em particular os partidos políticos e associações cívicas", reconheceu Filipe Nyusi.