Nacional

"Querem importar primaveras para Moçambique" Fernando Faustino

2016-05-14 06:00:27 (UTC+01:00)

O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), criticou os doadores internacionais pela suspensão dos seus financiamentos e de quererem "importar primaveras" para o país, após a revelação de dívidas ocultadas.

MAPUTO- "Hoje querem importar primaveras para Moçambique, a coberto da dívida pública do país, mas é bom que se lembrem que essa reação não passará", afirmou Fernando Faustino, citado pelo jornal Notícias.

O dirigente da ACLLN, acusa certos países ocidentais e alguns parceiros internacionais de procurarem desestabilizar o país para forçar uma mudança de regime e deu o exemplo de casos anteriores como o Iraque, Ucrânia e as "primaveras árabes" no Egipto ou Líbia.

"Que país neste mundo não tem dívidas?", questionou Faustino, para quem alguns daqueles países doadores não têm autoridade moral, na medida em que estão altamente endividados e contribuíram para a destruição de outras nações em desenvolvimento.

"A Europa deve, a América deve, a Ásia deve, e por que razão a África deve ser chantageada por estar a dever?", voltou a questionar o secretário-geral da ACLLN, criticando ainda os parceiros internacionais pelo seu "silêncio sepulcral" face aos ataques atribuídos pelas autoridades à Renamo contra alvos civis e militares no centro do país.

Mais uma vez, de acordo com Faustino, "nota-se que a tendência destes países é a desestabilização e, através das suas primaveras, forçar a mudança de um governo legitimamente eleito", apelando aos antigos combatentes para não se distraírem da sua agenda principal de paz e desenvolvimento e ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para se desarmar e dialogar com Filipe Nyusi. [FM]