Nacional

Renamo apela a Junta Militar para se afastar dos atos de violência

2020-08-07 08:02:01 (UTC+01:00)

O líder da Renamo, Ossufo Momade, apelou ontem à autoproclamada Junta Militar, um grupo dissidente do seu partido, para se afastar dos atos de violência no centro do país, num dia em que se assinalou o primeiro aniversário do acordo de paz com o Governo.

MAPUTO- "A proveitamos a ocasião para uma vez mais exortar os compatriotas da autoproclamada Junta Militar para se absterem de praticar atos de violência contra civis e indefesos, assim como destruição de bens públicos e privados", disse Ossufo Momade.

O líder da Renamo falava esta quinta-feira por ocasião da celebração do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, que assinou em 06 de agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

Logo após a assinatura do acordo, segundo as autoridades, a autoproclamada Junta Militar da Renamo iniciou ataques armados a alvos civis e das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em alguns distritos e troços de estrada da região centro do país, incursões que já causaram a morte de, pelo menos, 24 pessoas desde agosto do último ano.

O grupo de dissidentes exige a demissão do atual presidente da Renamo, acusando-o de ter desviado as negociações de paz dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico do partido que morreu em maio de 2018.

Oficialmente, a Renamo demarca-se da ação do grupo dissidente, classificando-o como desertor e reafirmando o seu compromisso com a paz e a reconciliação de Moçambique.

"Convidámo-los a abraçar este momento ímpar do desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) que pode restabelecer socialmente as suas vidas", afirmou Ossufo Momade, durante a sua declaração em Maputo.

Os dissidentes, chefiados por Mariano Nhongo, um antigo dirigente de guerrilha da Renamo, rejeitam o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, exigem o afastamento do líder do partido, Ossufo Momade e apenas aceitam discutir as suas reivindicações com o Presidente da República, Filipe Nyusi.

Ao abrigo do acordo, mais de 500 antigos guerrilheiros da Renamo - da meta de pouco mais de 5.000- já foram desmobilizados no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).