Nacional
Renamo comemora primeiro aniversário da morte de seu líder
2019-05-04 05:29:52 (UTC+01:00)
A Renamo comemorou ontem o primeiro aniversário da morte do seu líder histórico, Afonso Dhlakama, com o foco nas eleições gerais de Outubro próximo.
As celebrações ocorrem no meio de fortes críticas à sua liderança, devido a lentidão do processo de desmobilização, desmilitarização e reintegração da sua força residual da Renamo para a restauração de uma paz efectiva em Moçambique.
Em Maputo, as celebrações tiveram lugar no bairro Chamissava, distrito municipal da Ka Tembe, e as cerimónias foram dirigidas pela membro da comissão política da Renamo, Maria Angelina Enoque, acompanhada por vários quadros seniores do seu partido.
As cerimónias centrais tiveram lugar em Mangunde, distrito de Chibabava (província de Sofala), terra natal de Dhlakama.
Maria Angelina disse que a morte de Dhlakama constituiu um duro golpe para o país e para a sua formação política em particular, tendo se vivido momentos de alguma incerteza em relação ao futuro da Renamo, mas descartando a possibilidade do partido ter corrido o risco de desaparecer devido a magnitude do vazio deixado na estrutura partidária devido a morte daquele que era tido como pilar fundamental da organização.
“A morte do presidente Dhlakama semeou luto no país e nos membros, mas a Renamo conseguiu reagir ao duro golpe e hoje passa um ano e estamos focados em conquistar o poder. Alguns diziam que a morte do Dhlakama seria o fim da Renamo mas mostramos a coesão interna e estamos a seguir em frente”, disse.
A fonte garante que o seu partido ainda chora Dhlakama mas realça a forma como a Renamo conseguiu se reerguer em curto espaço de tempo e realizar o congresso que elegeu o novo líder, Ossufo Momade, a reunião nacional de quadros daquela formação política que elegeu o secretário-geral, para além do desempenho nas eleições autárquicas que tiveram lugar ano passado no país.
“Estamos a trabalhar e já elegemos o nosso presidente, e estamos avançar rumo a vitória nas próximas eleições gerais”, afirmou.
Reagindo aos pronunciamentos feitos pelo Presidente da República sobre a lentidão na forma como a nova liderança da Renamo conduz o processo de pacificação do país, Maria Angelina reconhece, mas afirma que “a Renamo precisa de se sentir segura em cada passo que dá e a confiança é fundamental”.
Segundo a fonte, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, não tendo iniciado pessoalmente as negociações com o Presidente Nyusi, tendentes a pacificação do país, precisa de analisar com detalhe e pormenor os dossiers deixados pelo líder da Renamo. Apela igualmente a outra parte das negociações “a ser franca e sincera para evitar clima de desconfiança”.
Afonso Dhlakama morreu a 3 de Maio do ano passado vítima de doença. A sua morte colheu o país de surpresa inclusive o Chefe do Estado que mantinha negociações com o então presidente da Renamo com vista ao alcance de uma paz definitiva para o país.
Neste momento o dossier da pacificação do país encontra-se nas mãos do novo presidente da Renamo, Ossufo Momade, que tem igualmente mantido contactos regulares com o Chefe do Estado moçambicano, tendo se deslocado por duas ocasiões a Maputo.
Apesar dos encontros havidos entre as duas personalidades, volvido um ano após a morte de Dhlakama, o diálogo político tem marcado passos lentos para o alcance do desiderato final, e a crítica é apontada a Ossufo Momade a quem cabe a responsabilidade de acelerar a entrega das armas e indicar os seus homens que serão abrangidos pelo processo de desmobilização e reintegração.[CC]