SACOIL não assina Acordo de Joint-Venture do Projeto Renaissance
2016-04-26 15:46:07 (UTC+01:00)
A SACOIL Holding, empresa Sul-Africana que havia sido anunciado como líder do consórcio de construção do gasoduto de 2600 Km de Palma a Gauteng, anunciou que não tomou parte na assinatura do Acordo de Joint Venture do projecto.
MAPUTO - A SACOIL Holding, havia sido anunciado no passado mês de Março, ser o líder do consórcio do projeto denominado Renaissance, cujo objectivo é alimentar a Indústria Sul-Africana a partir do gás do Rovuma, acaba de anunciar que não tomou parte na assinatura do Acordo de Joint Venture celebrado na passada semana tanto pela ENH (que também assinou um acordo similar com o projecto concorrente GASNOSU), pela China Petroleum Pipeline Bureau, a China Petroleum & Technology Development e ainda a PROFIN, empresa propriedade de investidores Moçambicanos.
De facto, embora a SACOIL tenha informado que “...se mantem no projecto” e que “...dentro de 4 semanas tomará uma posição final”, a mesma foi questionada pela PIC (uma espécie de INSS Sul-Africano que é o maior accionista da holding com 42%) sobre a aposta neste projecto e o dispêndio de milhões de Dólares em estudos, o que por sua vez provocou perguntas do regulador Sul-Africano da Bolsa de Valores, uma vez que a SACOIL é uma empresa cotada na bolsa. A assinatura deste acordo de joint venture, implica que todas as partes terão que injectar dinheiro no projecto para os vários estudos necessários, projecto que no entanto, não é garantido que venha a ser desenvolvido por este grupo.
O primeiro projeto a ser desenhado e anunciado com objetivo de distribuir o gás da bacia do Rovuma é um projeto denominado GASNOSU, que tem na sua constituição e como participantes do consórcio, a Gigajoule, a ENH e a ESKOM. O projeto, ao contrário do projecto Renaissance, tem como objetivo distribuir o gas natural em Moçambique e terá a sua viabilidade assegurada através da toma de gás de pelo menos quatro grandes estações de geração de energia elétrica no país, nomeadamente 400 MW em Palma (que alimentará igualmente os próprios projectos de exploração de gás a desenvolver no local), 500 MW em Nacala, 400 MW na Beira e ainda 1500 MW no Maputo, sendo que estas estações serão erguidas por um consórcio que envolve a ESKOM e a EDM.
O projeto GASNOSU, pretende ainda “...instalar pelo menos mais 40 estações de pequeno porte (de até 20 MW) em vários pontos no percurso do gasoduto, gerando assim para cada distrito do país, a energia elétrica que cada distrito necessita, evitando os problemas frequentes de cortes das linhas de transmissão e ainda unidades de produção de combustíveis líquidos (gasolina e gasóleo) em cada Província do País, levando por sua vez ao fim da dependencia nacional da importação de combustíveis líquidos. Outras indústrias como de fertilizantes e plásticos por exemplo, fazem também parte do grupo de tomadores de gás em território nacional” – segundo o seu Diretor Executivo.
No entanto, qualquer um destes projetos, tanto o Renassaince, de exportação de gás para a África do Sul e o GASNOSU de utilização do gás em território nacional, estão dependentes do avanço dos projetos de exploração do gás da Bacia do Rovuma, pela Anadarkoque devido a presente crise económica mundial e aos preços mínimos dos commodities da área do Oil and Gas tardam em arrancar. Por outro lado, dada a dimensão dos projetos e da própria Lei, o Estado está obrigado a lançar um Concurso Público para este tipo de Projeto, sendo que são conhecidos e se registaram no Ministério dos Recursos Minerais e Energia, para além destes dois consórcios mais fortes, pelo menos mais 11 projetos similares de construção de um gasoduto do Norte ao Sul de Moçambique (pelo menos mais cinco consórcios com grandes empresas Chinesas) ou até pontos intermédios como Beira ou Nacala.[CC]