Nacional

Sector privado faz contas dos prejuízos pelo apagão dos canais electrónicos

2018-11-20 05:10:24 (UTC+00:00)

O sector privado perde cerca de cinco milhões de meticais (mais de 80 mil dólares norte-americanos) devido ao apagão que se regista desde última sexta-feira, limitando as transações financeiras com recursos aos canais electrónicos em Moçambique.

MAPUTO - Segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA)), a indisponibilidade dos meios electrónicos de pagamento está a afectar o ambiente de negócios em particular os consumidores e as empresas que vêem a sua facturação diária comprometida,

Desde modo, as perdas para os grandes centros comerciais estimam-se em 90 por cento, para os estabelecimentos hoteleiros calcula-se em 70 por cento e para o sistema bancário, que depende da rede SIMO, o prejuízo diário estimado é de aproximadamente cinco milhões de Meticais.

Os dados foram avançados pela CTA numa conferência de imprensa, havida ontem, em Maputo, para manifestar o seu desagrado.

O presidente do pelouro de Política Financeira da CTA, Bernardo Cumaio, exigiu um imediato restabelecimento do normal funcionamento do sistema de pagamento electrónico para retomar o fluxo da actividade económica no país.

“Esta situação reforça a nossa convicção da necessidade de redução dos activos empresariais do Estado a favor do sector privado”, disse Cumaio.

Até hoje, toda a transacção bancária operada pelo Sistema Interbancária de Moçambique (SIMO) continuava inoperacional.

A BizFirst, uma empresa portuguesa proprietária do aplicativo utilizado nas transacções electrónicas, vulgarmente chamado de software, cortou o fornecimento dos serviços ao país.

A maioria dos bancos moçambicanos são dependes do SIMO nas suas operações, por insistência do Banco de Moçambique (BM) que detém uma participação de 51 por cento no SIMO.

O Millennium-BIM (Banco Internacional de Moçambique) maior banco comercial, está fora do SIMO, e a filial moçambicana do United Bank for Africa (UBA), sediado na Nigéria, também não aderiu a SIMO, mas tem poucos clientes.

O colapso da rede da SIMO significa que a maioria dos cartões bancários e ATMs não estão a funcionar

Antes deste colapso, a rede SIMO processava 465 mil transacções electrónicas diárias dentro de Moçambique e 14 mil transacções internacionais, movimentando cerca de 10 milhões de dólares, ao câmbio do dia).

Com os ATMs não liberando dinheiro, no último sábado, a pedido do BM, muitos bancos comerciais estiveram abertos para que os seus clientes levantassem o dinheiro via cheque, mas sem pagar a comissão habitual.

No entanto, para se inteirar da situação, a CTA estabeleceu contactos com a Associação Moçambicana dos Bancos (AMB) bem como com a SIMO.

A AMB garante que dentro de 48 horas, deverá ser resolvido o colapso, e a SIMO “também informou sobre as opções de curto prazo”.[CC]