Nacional
Sucessão de Dhlakama assobrada pelo tribalismo (1)
2018-10-30 09:24:17 (UTC+00:00)
Os próximos 60 dias são cruciais para, duma vez por todas, para se ter ao certo quem avança à Presidência da Renamo. Membros como António Muchanga, Venâncio Mondlane e Leopoldo Alfredo Ernesto com promessas para Governadores.
BEIRA - Uma investigação jornalística que a FOLHA de MAPUTO está a conduzir sobre o “dossier” sucessão de Afonso Dhlakama, na liderança da Renamo, conseguiu constar algumas questões de fundo que estão a assombrar este processo, desde o perfil do novo líder, sua origem étnica e até interesses internos de controlo do poder.
No seio da Renamo, António Muchanga tem sido um membro de destaque e que a sua popularidade veio se confirmar nas recentes eleições autárquicas na Matola, em que a Renamo partia de zero na Assembleia Municipal e passou 28 membros, o que em termos de desempenho político teve mais que o seu Secretário geral, Manuel Bissopo que concorria como Cabeça de Lista, na cidade da Beira. Para cortar possíveis sonhos de Muchanga, foi lhe garantido que independentemente do possível desfecho na autarquia da Matola, nada mais vai se gastar “balas” porque será indicado, se a Renamo ganhar na Província de Maputo, ao cargo de Governador de Maputo Província.
A Chefe da Bancada da Renamo, na Assembleia da República, Ivone Soares, a considera “dama de ferro”, por estes dias, no seio da perdiz, não pára de jogar suas pedras. Depois do primeiro chumbo do Conselho Constitucional da candidatura de Venâncio Mondlane, por erros de procedimento, Ivone, madrinha política de Venâncio Mondlane e Manuel de Araújo, travou uma batalha tremenda na Serra da Gorongosa, no último Conselho Nacional da Comissão Política da Renamo que aconteceu nas vésperas das eleições autárquicas. Dentre os pontos que ela apresentava: porque o partido Renamo aceitou com tanta leviandade a primeira decisão do CC e que, dia seguinte, já se apresentava, nas ruas de Maputo, o general Hermínio Morais numa situação em que havia ainda possibilidade de se viabilizar a candidatura de Mondlane.
Face a isto, Ivone Soares que saiu irritadíssima no referido Conselho Nacional, instruiu uma equipa de advogados para submeter pela segunda vez exclusão de Venâncio Mondlane, seu expediente político. Não se sabe certo o que terá acontecido, mas a verdade é que os tais advogados voltaram a cometer mesmo erros, de tal forma que o deputado da Renamo, membro da Comissão política da Renamo em Manica, Saimone Macuiana, e ainda chefe do Departamento Jurídico da Renamo, alertou antes da submissão os erros que estavam ser cometidos.
Depois de ver que já nada havia para Venâncio Mondlane, Ivone Soares, junto de alguma liderança da Renamo convenceram o então aposta da perdiz na capital que devia apoiar general Morais pois em contrapartida Venâncio seria aposta da Renamo na cidade de Maputo como Governador. Só que esquece que esta figura poderá não existir para a cidade de Maputo.
A mesma promessa para Governador foi para o deputado número 15 na bancada da Renamo na AR, Leopoldo Alfredo Ernesto, que deixou de concorrer para edil de Quelimane para dar lugar Manuel de Araújo. O deputado Leopoldo foi lhe prometido para a eleição de 2019, o cargo de Governador da província da Zambézia.
Sobre a Liderança da Renamo (texto 2)