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Tete: Autoridades da agricultura acusam UE de cancelar exportação de carne de cabrito

2015-09-05 17:25:05 (UTC+01:00)

As autoridades da Agricultura e Segurança Alimentar de Tete acusam a União Europeia (UE) de bloquear a exportação da carne de cabrito daquela província do Centro do país para o mercado europeu, ao impor uma série de requisitos considerados excessivos.

MAPUTO - Segundo o director da Agricultura e Segurança Alimentar de Tete, Américo Conceição, os países membros da UE exigem, por exemplo, que os animais não sejam só vacinados contra a febre aftosa, mas também querem que não tenham esta doença.

“Exigem que os animais sejam alimentados apenas com capim e nunca com rações, ou outro tipo de alimentos sintéticos”, explicou Conceição, citado hoje pelo Diário de Moçambique.

A fonte manifestou este sentimento no âmbito da 51ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), que encerra este domingo em Ricatla, distrito de Marracuene, a menos de 30 quilómetros da capital moçambicana.

A província de Tete é conhecida como sendo uma região com maior produção de cabritos de Moçambique. A carne destes animais é consumida em praticamente todo o pais, mas ainda há sobras de produção que os produtores não sabem o que fazer com ela.

O mais óbvio, segundo a fonte, era que o excedente de produção fosse exportado, por exemplo para Europa, como fazem muito países africanos, em geral, e da região austral de África, em particular, com maior incidência para o Botswana, mas isso não acontece devido às exigências da EU.

“Os potenciais compradores da carne de cabrito de Tete até querem interferir no abate, processamento e transporte, o que na opinião de Conceição não é sustentável. Nenhum produtor é capaz de cumprir na íntegra as exigências dos europeus”, sublinham a fonte.

“O resultado é que muitos criadores de gado caprino e mesmo de bovinos em Tete continuam pobres, tendo em conta que os preços que praticam não são competitivos. Mesmo os produtores de grande escala e os que processam a carne com meios modernos queixam-se da falta de mercado que dê lucros que compensam os investimentos”, acrescentou.[OD]