Nacional
Trégua: Comércio volta a normalidade na estrada nacional número 7
2017-01-23 08:29:54 (UTC+00:00)
A trégua declarada por Afonso Dlhakama trouxe de volta o comércio no troço da Nacional 7, depois de ter estado praticamente paralisado durante quase um ano de escoltas militares obrigatórias numa das estradas mais perigosas do país.
MAPUTO- Segundo relatos de um comerciante citado pela Lusa os carros já param para comprar carvão, frutos secos ou mesmo refrescos e outras bebidas nas bancas.
“Então voltámos a apanhar dinheiro e isso era impossível nas escoltas, porque os militares proibiam paragens e até movimentos de pessoas", descreveu Moza Gimo, um comerciante de Chigoza, próximo da zona de onde partia a coluna na província de Tete.
Dezenas de camiões incendiados nas bermas da estrada, sobretudo em Chiuala, a sul de Catandica, e Nhampassa, a norte, denunciam o perigo em que se tinha transformado a N7, ligando as províncias de Tete e Manica, onde continuam à vista centenas de casas, barracas e igrejas queimadas e abandonadas.
O medo e a monotonia da vida traçam um perfil de opressão no rosto de milhares de moradores, que conversam nas bermas ao longo da estrada, à passagem finalmente normalizada de viaturas, após longos meses de circulação condicionada às escoltas militares, devido às emboscadas do braço armado da Renamo.
As tradicionais estações de venda de mel e maçaroca em Chiuala, de batata-doce em Guinhanipoto, no distrito de Baruè, mantêm-se praticamente desertas, por falta de mercadorias, após muitos produtores terem sido forçados a abrigar-se em zonas seguras ou em campos de deslocados. [FI]