Opinião

A Própria: Auto superação!

Há muita menina na praça a estragar lares e a fazer dos nossos homens, seus maridos. Se nos primeiros dias ele chegava tarde a casa, outra fase inventava viagens de trabalho e reuniões fora da hora, até chegar a fixar residência, casa 2.

A bicha das mulheres que preferem ficar com homens casados, infelizmente está a crescer. Os tais homens, poucos é que conseguem ser fies as suas esposas ou adicionalmente ficar eternamente com este tipo de relação “Casado mais Outra”. O desejo de os homens quererem ser polígamos é visível.

Mas a Outra só consegue e assume ser amante por um tempo, depois disso luta pelos mesmos direitos e mais tarde consegue “domar” os nossos maridos para casa delas.

Falei do geral para já partir para minha história triste e alegre, misto de fé e superação. Há sensivelmente cinco anos que meu marido, algum tempo da vida andou muito atarefado pelo suposto trabalho: tempo para comigo, para com as crianças e para com nossos familiares não tinha. Ele era aquele homem preocupado com as “metas do trabalho”. No meio de imbróglio, não sabia eu que os momentos de superação de stress havia uma mana que cuidava das suas costas em mensagens e paninhos quentes em momentos de intervalo entre serviço e casa.

Homens gostam dessa vida. Nascemos a conhecermos as tias, esposa do papa. Crescemos socialmente formatados de que os homens são assim. Tanto que a sociedade não condena o homem polígamo enquanto que do lado da mulher, somos educados a sermos mulheres de César que não basta ser, deve parecer. Isto, eu não discuto.

O que discuto é, o homem que encontrei com uma calça, juntamente com ele consegui construir tudo, para hoje aparecer uma outra pessoa a ser artista do filme? Isso não! É injusto e não merecedor de qualquer mulher.

Meu marido quando abandou a casa para ir ficar com a Outra, foi um momento mau. Ficamos, eu e as crianças, órfão, mesmo sabendo que ele estava vivo. Do positivo, foi a mesada que enviava, foi a educação escolar que mantinha para com os filhos. Espaços dele em mim, foram preenchidos por: corte de álcool, passar a ir a igreja e muita leitura da bíblia, sobretudo, em capítulos que aumentavam a minha fé de que um dia ele, ganhando a consciência ele iria voltar.

A empresa onde trabalhava, meu marido, fechou as portas, em 2015, quando não conseguiu tirar o S da CRISE. Do mal que vem por bem, as coisas começaram a complicar-se. Do casamento que ele tinha com a Outra, testemunhada pelas praias, lodges e passeatas de safari que coloriam o Facebook com frases de épocas de fartura, “Vidas Largas, Mandelando, Deus no Comando, acontecendo…”, sumiram do mapa.

Minhas orações para o melhor para ele e para com os meus filhos nunca parou. Em plena madrugada, depois da última oração orientada pelo pastor pela televisão, apanhei um sono profundo. Sonhei com meu marido ao lado de mim. Quando despertei as quarto da manhã, pelo som do alarme para as orações do dia, vejo não só o confirmar do despertador, mas sim uma mensagem dele: “Mãe, peço perdão…!”

Sem resposta para nada, peguei na bíblia dirigi-me na igreja. Geralmente eu gostava de sentar nas últimas cadeiras. Na hora da homilia, estava a ver ele encostado a mim. No único fato que conseguiu tirar na casa da outra. Pelo sim ou pelo não, o evangelho do dia falava exactamente da fé para superarmos várias adversidades. Entrou em mim aquela palavra. Não tinha como não o perdoar. Meu marido, na verdade, não era o culpado de tudo quanto aconteceu. Era a força do mundo, da carne.

Hoje, mais que nunca, foi apenas uma ligação como nada tivesse acontecido. Tudo na vida é uma questão de fé. Eu mulher, com os valores que tenho, fui feita para não trocar de homens. Prometo dar mais detalhe desta minha auto-superação, por hoje só posso parar por aqui, uma vez que a emoção está tomar conta de mim…

*Colecção Mutendamente Falando

Mendes Mutenda

Mendes Mutenda

É jornalista moçambicano e natural de Sussundenga, na província de Manica. Foi formado pelas Escolas de Jornalismo (Médio Profissional) e Superior de Jornalismo. Há mais de 15 anos que trabalha na Comunicação Social, tendo passado pela rádio e televisão como apresentador de conteúdos informativos. Para além, de desempenhar funções na plataforma informativa Folha de Maputo é Docente-estagiário da Escola Superior de Jornalismo e analista de assuntos sociopolíticos em Moçambique.