Opinião

Paridade na CNE!

1- Lembro-me de 2013 e 2014 como se fosse hoje. O debate na altura era em torno da paridade dos órgãos eleitorais.

2 - A Renamo prometia que “com a paridade nos órgãos eleitorais, jamais haveria desconfiança em qualquer processo dirigido por estes órgãos”. Levou-se tempo. Uns perderam amigos, namoradas, amantes, sobrinhos e netos por conta de divergência de opinião.

3- Foi aceite o que a Renamo e os seus pretendiam. Aprovou-se a lei da paridade.

4- A Comissão Nacional de Eleições passaria de 13 para 17 membros, dos quais 5 representantes da Frelimo, partido no poder, 4 membros da Renamo, principal força de oposição, um membro do MDM, terceiro maior partido, (significando que a Renamo e o MDm juntos são iguais a Frelimo em número dos seus representantes), assim como 7 representantes da sociedade civil.

5 - Estes representantes tem funções lá até com categoria de “ministros”. Tem tarefas claras e dirigem processos. Um destes processos é o Recenseamento Eleitoral.

6- espanta-me hoje, acusar os órgãos eleitorais e associando-os a Frelimo. O que fazem 5 membros da Renamo e do MDM? Já não são parte do processo da paridade? O que fazem os membros da Sociedade Civil?

7- Qual é o caminho à seguir?

Nb. Penso que o (in)sucesso da CNE deve ser compartilhado por todos, sem excepção!

Mendes Mutenda

Mendes Mutenda

É jornalista moçambicano e natural de Sussundenga, na província de Manica. Foi formado pelas Escolas de Jornalismo (Médio Profissional) e Superior de Jornalismo. Há mais de 15 anos que trabalha na Comunicação Social, tendo passado pela rádio e televisão como apresentador de conteúdos informativos. Para além, de desempenhar funções na plataforma informativa Folha de Maputo é Docente-estagiário da Escola Superior de Jornalismo e analista de assuntos sociopolíticos em Moçambique.