Opinião
TENTATIVA DE ESTUPRO À UMA NAÇÃO
"As ajudas são acompanhadas de condições várias desde a obrigatoriedade de o pobre comprar e vender ao rico que ajuda, passando pela cedência de recursos naturais, ou bases militares, até ao tipo de política e de investimento interno que o país praticar".
Ecoam de todas coordenadas do solo pátrio, gritos de socorro de uma tentativa de estupro colectivo por parte daqueles que pretendem a todo custo "escangalhar" as conquistas do povo moçambicano, fruto do sacríficio dos filhos legítimos desta pátria de heróis.
A bênção da localização geo-estratégica e da disponibilidade de recursos vitais, colocou Moçambique na mira dos "canibais económicos". A descoberta de hidrocarbonetos como petróleo e gás, de que de Moçambique detém uma das maiores reservas mundiais, (gás natural), aguça os apetites das grandes potências, que de dia fingem sernossos amigos e, na calada da noite estrupram-nos sem dó nem piedade.
É verdade (como dizia um grande amigo) que nenhum dos moçambicanos fez esforço de forma individual, para que os recursosestivessem lá onde estão, mas isso não significa que tenhamos de penhora-los ou de abdicar do direito de negociar os contratos de exploração que possam beneficar o Estado e, por seu intermédio, a todo povo moçambicano, muito menos que não possamos ganhar com as mais - valias provenientes desses contratos.
A armadilha da divida (a ajuda fantasma ou fetícia) continua a ser usada para manter os mecanismos que reforçam a "pilhagem" dos recursos que jazem no nosso subsolo. Uma pilhagem dirigida por instituições capitalistas do "norte" (por elegância furto-me de citar os nomes), sim, são estes os responsáveis por exaurir, bloquerar e retardar as possibilidades do nosso desenvolvimento, por vias dos recursos de que dispomos, numa clara tentativa de colocar Moçambique no limbo.
Nesse marasmo de fingimento de alguns dos supostos "amigos" nossos, assistimos recentemente uma "Solicitação de Proposta sobre Marginalização Social"abordando o seguinte problema: Muitos jovens, homens e mulheres, que vivem nos distritos de Palma, Nangade, Mocímboa da Praia e Macomia consideram-se socialmente marginalizados.
As questões que me estorvam as membranas timpânicas são as seguintes: Quem disse que a juventude de Palma e Nangade, Mocimboa da Praia e Macomia consideram-se marginalizada?
Porquê essa Diplomacia Pública pretende abordar essa "problemática " Justamente nessas coordenadas?
Os nossos "amigos", sabendo da carência a que muitos jovens moçambicanos estão sujeitos, derivado da conjuntura internacional, e das insuficiências que do Governo Moçambicano, poderiam muito bem usar todo esse valor para ajudar o Governo Distrital de Funhalouro, por exemplo, para abertura de furos de água, construção de mais unidades sanitárias, entre outras benfeitorias sociais, isso sim seria ajudar a juventude.
Concentrar maior atenção justamente nesses pontos que hoje constituem palco de ataques de grupos insurgentes é muito suspeito. O Governo moçambicano está ciente das suas responsabilidades para com o seu povo.
Alias o compromisso do Presidente Nyusi, traduzido no plano Quinquenal do Governo 2015-2019, apresenta as prioridades do desenvolvimento económico e social do País nas diversas áreas de acção Governativa.
O Programa constitui o compromisso do Governo em focalizar a sua acção na busca de soluções aos desafios e obstáculos que entravam o desenvolvimento económico e social do País. À nossa Juventude, o apelo é que não se distraia por algumas "verdinhas" que podem levar o país a uma situação de caos sem precedentes.
Mais não digo.
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